No passado dia 5 de Agosto, estando acidentalmente em Lisboa por motivos particulares, fui assistir, na Avenida da Liberdade, ao Prólogo da 71.ª Volta a Portugal em Bicicleta.
Recordei outros tempos, em 1973, quando, estando então a trabalhar na Repartição de Finanças do Barreiro, assisti então a diversas provas de ciclismo, nas pistas do Estádio José Alvalade, onde pontificava então o grande Joaquim Agostinho.
Recordei também, julgo que no fim da década de cinquenta, uma volta à ilha do Pico em bicicleta, patrocinada pelas Tintas Robbialac (passe a publicidade gratuita), dividida em três etapas, com terminus em cada vila e, salvo erro, com dois prémios da Montanha – alto do Arrife e alto da Terra Alta – e onde se incorporaram entusiastas amadores envergando camisolas dos clubes da sua preferência, com predomínio do Sporting e Benfica. Além do nome de um José Gabriel, do Faial e da investidura da camisola amarela nas Lajes, pelo representante local dessa marca, a firma Edmundo Machado Ávila e Filhos, sei que igualmente na vila de São Roque o mesmo aconteceu com igual representante, neste caso da extinta “Casa Ancora L.da”, tal como depois na Madalena.
|
Citycruisers |
Hoje também existem, esporadicamente, provas de ciclismo na ilha, como o Triatlo Peter-Café Sport, já na XIV edição, e que, invariavelmente, conta com a prova de ciclismo de “60km de BTT – 2.ª etapa –, com partida junto às instalações do Museu da Indústria Baleeira de São Roque, num percurso que inclui uma subida desde o nível do mar até aos 1000m – mesmo no sopé da montanha mais alta de Portugal – descendo até ao Porto Velho da Madalena, com passagem pelos campos de lava plantados com vinhas, Património Mundial da Unesco”.
Também é de realçar a animação turística em BTT que, a empresa www.a-abegoaria.com, entre outras, proporciona com este apelo sugestivo: Venha apreciar a natureza ao vivo num circuito de BTT e descubra a espectacular magnitude da montanha do Pico. O início do percurso começa no sopé da montanha onde pode observar de perto toda a sua imponência e beleza, bem como, a deslumbrante panorâmica sobre o mar, em simultâneo, com a ilha de S. Jorge, Faial e Graciosa. Em seguida é a descida até à Vila de São Roque do Pico, sempre acompanhado pelo mar, pela vizinha ilha de S. Jorge e diferentes perspectivas da referida vila. O culminar do percurso é no centro da Vila, com a visita ao Museu da Indústria Baleeira, onde recuará no tempo e entrará em contacto com todo o processo de rentabilização da baleia.
|
Segways |
Mas ainda sobre o transporte de bicicleta – amigo do ambiente – damos a conhecer esta notícia, bastante caricata: os city cruisers, (na foto) veículos de transporte para dois passageiros com tracção a pedal, auxiliado por um motor eléctrico de 250 watts, transporte bem conhecido em vários países europeus e inicialmente incentivado pelo Turismo de Portugal e pela autarquia de Lisboa – construção alemã em materiais recicláveis, que circula a 11 kms/hora e que segundo a DGV não necessitaria de homologação nem de chapa de matrícula – tiveram de se munir de três seguros: responsabilidade civil de actividade, transporte de passageiros e respectivos danos e bens próprios); devidamente autorizada a sua actividade, depois dum início promissor, em Junho de 2008, viram a mesma suspensa em Agosto desse ano pela feroz perseguição (ao estacionamento em passeios) da Polícia Municipal que também não sabe que veículo é aquele, e desde então esperam que os burocras municipais (que não os autarcas referem-nos) resolvam os respectivos locais de praça pública, depois de terem sido destinados à Praça da Figueira e Terreiro do Paço… A propósito refere o mesmo DN (2009/07/07) que os “segways”, veículo semelhante (monolugar), utilizado pela Polícia Municipal, acabou por usufruir de um despacho ministerial equiparando-os, imagine-se, aos peões, permitindo a estes, a sua circulação nos passeios…
Tanta burocracia emperrando um natural incentivo à utilização de veículos “amigos do ambiente”…
Voltar para Crónicas e Artigos
|